Memórias de Londres

Londres é uma cidade maravilhosa. A lovely city como diz o Londoner.

Para um brasileiro que chega a Londres pela primeira vez tudo parecer ser como se estivesse tudo no lugar. Nada fora de ordem. Londres é uma cidade feita para as pessoas, os carros não têm privilégios. Londres é uma cidade para ser degustada.  Aqui, as pessoas são cidadãs. A segregação racial ou social não existe em Londres. Não existem bairros para pobres ou para ricos. Seu endereço não lhe condena. Todos os bairros recebem o mesmo tratamento por parte da Prefeitura. Aqui, até a chuva é civilizada. É uma chuva que apenas molha e não danifica as ruas nem provoca alagamentos, nem danos nas estradas, pontes ou viadutos.

A propósito, não existe em Londres a pobreza extrema, mas também, não existe ostentação de riqueza.  Os prédios são sóbrios, porém, muito bem conservados.

Chegamos a Londres no começo da primavera e a temperatura estava amena, para eles. Com o frio cortante pelo vento, fomos obrigados usar cachecol e boina. Só encontramos um cachecol com as cores do Liverpool. Aí mora o perigo. Londrino além de ser fanático por futebol é torcedor do Liverpool e foi fácil encontrar torcedores do Liverpool. Se quiser fazer amizade fácil em Londres é só usar as cores e o emblema do Liverpool. Encontrar luvas para o frio não foi fácil, todo o estoque de inverno tinha acabado. Finalmente, numa loja de suvenir, de um paquistanês, encontramos tudo que precisava. Agora estávamos preparados para enfrentar esse grande inimigo. Mas, bem agasalhado, o frio é uma coisa gostosa e dá para convivermos muito bem.

Os engarrafamentos não existem. Aí você diz: o londrino não tem carro. É uma piada. Londres tem um sistema eficiente de transporte público. O metrô eles chamam de tubo. Aí precisa tomar algum cuidado, num mesmo ponto da plataforma você pode embarcar para diversos lugares e no meio do caminho pode até mudar de rumo. Os ônibus são montados em chassis apropriados, de maneira que não é necessário ônibus especiais para pessoas deficientes. Os ônibus não possuem degraus na porta de entrada, nem possuem aquela maldita catraca. As mães podem entrar com carrinhos de bebês sem maiores problemas.

Em Londres não sentimos falta do feijão com arroz. Nem do jabá. A comida é farta, diversificada e barata. A comida indiana faz parte de cultura local. Encontrar um londrino trabalhando em lojas, bares, hotéis ou restaurantes é uma tarefa quase impossível. Eles vêm de todos os lugares do mundo, até da Mongólia. Ao pagar a conta num bar londrino, o meu cartão de crédito me denunciou. Após toda uma longa conversa em inglês, a garçonete se identificou, ao ver a logomarca do banco, como sendo do Paraná.  Impressionante, não?

Nos bares ou restaurantes o chope é servido num copo de meio litro que eles chamam de pint. Fumar em locais fechados nem pensar. Nos bares os fumantes ficam do lado de fora, na calçada. Chova, faça sol ou frio. Nas entradas das estações do metrô eles permanecem do lado de fora.

Autoria: Águia Veloz – Salvador/Ba

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